Candiru, o Peixe Vampiro, é muito temido pelos nativos da Região Amazônica, pois é atraído pelo fluxo da urina (no caso do banhista nu), penetrando na uretra, no ânus ou na vagina. O pequeno peixe pode medir até 30 cm, e quando ele se fixa para sugar o sangue da vítima, abre a parte posterior do corpo, o que dificulta a sua saída.


O candiru é da família Trichomycteridae, em que estão inseridas mais de 280 espécies em cerca de 40 gêneros, muitos conhecidos como parasitas.




 O Professor Doutor Edinbergh Caldas de Oliveira, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), especialista em ecologia dos peixes amazônicos, falou um pouco mais sobre essa espécie tão temida, ressaltando alguns casos em que o peixe se alojou dentro do organismo de alguns banhistas. Segue o relato do profissional.


"São peixes Siluriformes, ou seja, pequenos bagres. Algumas espécies são hematófagas, pois se alimentam de sangue, entre elas, as mais populares aqui na região são os do gênero Vandellia.


E há candirus que são carnívoros, no sentido de se alimentarem de microcrustáceos e invertebrados aquáticos", afirma o professor.


"Os candirus atacam os grandes bagres quando estão doentes, eles vão direto nas brânquias, pois ali é onde está o sangue circula para respiração. Além do sangue, a urina também atrai eles, pois sentem o cheiro e gosto misturado, e a uma distância maior".
Também houveram vários casos em que o pequeno peixe adentrou o corpo de algumas pessoas.




"O que temos conhecimento são de dois casos de pessoas do interior, que chegaram a hospitais de Manaus, de um rapaz que teve um candiru que entrou na uretra, mas que foi operado, e de uma moça, em que o candiru já estava alojado no útero dela, e tiveram que fazer a 'raspagem' deixando-a estéril", lembra o professor, ressaltando que é raro de acontecer esses ataques, então há muito do mito em torno do peixe.


Um terceiro caso foi constatado em 2002 por alunos do curso de Agronomia, da Ufam, que após realizarem um trabalho de campo foram tomar banho em uma praia do bairro Puraquequara, zona Leste de Manaus, próximo a um matadouro de gado.


"Eles foram tomar banho muito próximo de onde escorrem as vísceras e sangue do gados abatidos.

Quando eles vieram até mim, dizendo que foram atacados e me mostrando o ferimento a fim de saber que bicho tinha sido. Quando reparei tinha um pequeno ferimento arredondado, como feito pelo candiru", disse.


Seguem algumas orientações para evitar acidentes com o candiru.


Evitar entrar nas águas nú;


Não urinar ou defecar;


As mulheres devem evitar entrar na água quando menstruadas, uma vez que o sangue atrai a espécie;



Por: Alessandra Oliveira | Comunicadora @rbapragominas 


Fonte: Portal da Amazônia